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Marítimos em perigo

Longas jornadas e a pandemia vêm causando problemas de saúde mental

É hora de priorizar o bem-estar!

A saúde mental é um assunto que ainda é tratado como tabu em muitas empresas, mesmo que o bem-estar no ambiente de trabalho seja uma exigência regulatória. De acordo com um relatório da Organização Mundial da Saúde, em 2022, cerca de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo viviam com algum distúrbio psicológico, sendo que pelo menos 15% eram adultos em idade ativa.

No ambiente laboral, o bullying é uma das principais queixas de assédio, mas a discriminação e a desigualdade também afetam negativamente a saúde mental dos trabalhadores. No caso dos marítimos, as longas jornadas a bordo, o isolamento social, a fadiga e a instabilidade financeira são alguns dos motivos que podem levar a um quadro de depressão, situação que foi agravada durante a pandemia do novo coronavírus.

A privação do sono também é um fator que leva ao esgotamento mental, o que pode ser prejudicial para a saúde do marítimo. Por isso, é importante administrar de forma apropriada os horários de trabalho e de descanso.

A depressão é um tema tratado com bastante atenção pela representação sindical, que busca conquistar regimes que possibilitem mais tempo desembarcado ao longo do ano e períodos de embarque menores. No entanto, em navios de outras bandeiras que operam na cabotagem, é frequente a existência de marítimos de outras nacionalidades submetidos a períodos de embarque que podem alcançar mais de seis meses, o que pode gerar problemas graves relacionados à saúde mental dos tripulantes.

A fadiga é um assunto recorrente nas discussões dos sindicatos marítimos com armadores e autoridades públicas, mas as frequentes reclamações de tripulantes sobre a pressão para se marcar nos registros de bordo um número de horas inferior ao que efetivamente foi trabalhado não deixa dúvidas de que entre o discurso e a prática há uma distância considerável.

Por isso, é importante que todos fiquem mais vigilantes com relação à saúde mental. Falar sobre o assunto é o primeiro passo para que se possa cuidar dela de forma apropriada. A Conttmaf e a FNTTAA estão elaborando um projeto para que a questão da saúde mental receba mais atenção e recursos na indústria marítima em benefício dos trabalhadores.

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